quinta-feira, 4 de julho de 2013

Adoção...por que não?


As vezes depois de tanto tentar e não conseguir, a maioria das tentantes (se não todas), passam a pensar em outras possibilidade de realizar seu sonho. Indução, inseminação, fertilização in vitro, etc. Mas a maioria desses tratamentos são muito caros e não são acessíveis para todas as classes sociais. O SUS tem um programa de inseminação artificial para os casais que desejam ter um filho, mas sabemos que tudo o que vem do SUS tem um tempo de espera, e não são todos os municípios que dispõe desse tipo de serviço.
Então como realizar esse sonho?
Quantas de vocês tentantes já pensou em adoção?
Só quem é adotado, ou tem algum parente que foi adotado, sabe o quanto esse gesto é mais do que um gesto de amor, é entrega, é respeito com a vida e um sentimento que não tem explicação, afinal, amar algo que vem de você é fácil, agora amar alguém que não tem nenhum tipo de ligação familiar, você não sabe sua história, não conhece sua genealogia...Isso é lindo!
Sabemos que todas as tentantes querem passar pela experiência da gravidez, mas se não é possível, por quê não adotar?
Conheço várias famílias que após inúmeras tentativas mal sucedidas de ter seus filhos de forma natural por um motivo ou outro, se abriram para essa possibilidade e hoje são muito felizes, inclusive a minha família!
Em 1990, minha tia Sueli (irmã do meu pai) deu a luz ao meu primo Bruno que sempre foi tratado como um príncipe, 8 anos se passaram e a meus tios sentiram que já estava na hora de aumentar a família, eles queriam uma menina mas da forma natural eles não conseguiram e mesmo se eles conseguissem uma gravidez não era garantido que viesse uma menina. Então veio a decisão de realizar esse sonho por meio da adoção.
Como a grande maioria dos interessados em adotar, meus tios queriam um bebê de preferência recém-nascido do sexo feminino, mas há uma fila de espera enooorme de pessoas cadastradas que preferem esse perfil. Não me lembro se eles chegaram a ir a algum abrigo.
Sabemos que existem muitas mulheres que engravidam mas não tem a intenção de ficar com os bebês, inclusive a minha mãe. Voltando um pouco na história, minha avó faleceu quando minha mãe tinha 3 anos de idade, e minha mãe foi criada pelo meu avô e meus 2 tios mais velhos um deles faleceu ainda jovem. Eles viviam em um barraco de madeira em condições precárias. Logo minha mãe ganhou uma madrasta que era pior que a madrasta da Cinderela e da Branca de Neve juntas. Meu avô era muito bom, e não percebia os maus tratos que minha mãe recebia. A mulher do meu avô morreu, minha mãe cresceu e quando tinha 19 anos conheceu meu pai e não demorou muito para ela engravidar. O bebê em questão era eu. Nasci dia 05/09/1989 e meu pai só soube da minha existência depois de uns 15 dias após meu nascimento. Por serem muito pobres, só fui saber o que era leite dias depois de ter nascido quando meu tio comprou a primeira lata de leite ninho, até então só tomava chá. Quando meu avós por parte de pai descobriram minha existência, no mesmo dia que meu pai descobriu, eles foram correndo me ver. Meu avô disse que quando ele me viu foi amor a primeira vista.
Depois de um tempo minha mãe sempre me levava para a casa dos meus avós e depois meu pai nos acompanhavam até a "casa" da minha mãe. Foi assim até quando eu completei uns 3 meses quando minha mãe me deixou lá e não me procurou mais. Meu avô pai da minha mãe ainda ia me visitar toda semana, até que minha mãe internou ele em um asilo onde ele morreu anos depois. Sempre achei o cúmulo ela ter feito isso, mas hoje percebo que foi melhor pra ele, lá ele era bem cuidado se alimentava direito e tinha companhia. Meu avô por parte do meu pai logo deu um jeito de ficar com a minha guarda. Vi minha mãe algumas vezes na rua quando criança mas nunca quis aproximação, no fundo eu tinha medo de ela me tirar dos meus avós. Ao contrário de mim, minha mãe tem uma facilidade enorme de engravidar, afinal depois que eu nasci ela teve mais duas meninas que também não foram criadas por elas e sim pelos tios.
Voltando a história dos meus tios, eles ficaram sabendo que uma conhecida deles estava grávida de uma menina e não tinha a intenção de ficar com a criança. Eles ficaram entusiasmados e se mostraram interessados em adotar o bebê. Não sei porque cargas d'água a mulher desistiu de entregar a criança, mas meus tios voltaram a estaca zero. Logo eles ficaram sabendo de outra mulher que também estava grávida de uma menina e não queria ficar com a criança, curiosamente eles conheciam a mulher. Essa mulher era nada mais nada menos que minha mãe. Olha como é a vida e como Deus traça nossos caminhos de uma maneira incrível!
Minha mãe ficou muito feliz por saber que a sua 4° filha estaria em boas mãos e concordou prontamente em entregá-la aos meus tios após o nascimento. Ela já havia conversado com um outro casal, mas eles desistiram com medo da minha irmã nascer negra. Toda a família vibrou com a notícia principalmente eu! Meus tios acompanharam a gravidez, deram entrada no processo de adoção, reformaram a casa para que a Amanda tivesse um quarto só para ela (um dos muitos requisitos propostos pela Vara da Infância) e no dia 06/10/1998, nasceu a tão esperada menina, a Amanda.
No dia da alta minha mãe foi acompanhada até sua casa pelos meus tios, e a Amanda foi levada para a casa dos meus tios, pois eles já estavam habilitados a adotar e estavam apenas esperando a audiência com a decisão do juiz. Um tempo depois veio a notícia, a Amanda era oficialmente nossa!
2 anos depois de adotar a Amanda, minha tia engravidou, e deu a luz o Gabriel.
Ela foi crescendo e sempre soube que era filha do coração, minha tia sempre fez questão de nunca esconder isso dela, mas até então ela não sabia que era minha irmã. Quando minha tia resolveu contar eu não estava junto mas minha tia disse que ela se emocionou muito e desde então essa menina não larga do meu pé!
Hoje ela vai fazer 15 anos, já está namorando e o amor da nossa família com ela cresce cada dia mais. Depois que a Amanda nasceu só havia visto minha mãe mais uma vez quando meu irmão (o único menino e o único com quem ela ficou) nasceu. Ele é apenas 1 ano mais novo que a Amanda. Minha avó que eu sempre chamei de mãe sempre me encorajou a procurar a minha mãe, mas eu sempre ignorava seu conselho. Tudo isso mudou quando fiquei noiva, resolvi que queria ela de todo jeito no meu casamento, com a ajuda do meu tio irmão dela, fomos até sua casa, minha tia, meu noivo e a Amanda foram também. Foi muito emocionante entregar o convite do meu casamento e ver ela toda boba por ver o nome dela no convite! Acredito que para a Amanda foi mais difícil ver a nossa mãe, afinal, eu não fui adotada, eu fui criada com a minha família, mas a Amanda foi adotada pela minha tia irmã do meu pai que não tinha vínculo familiar nenhum com ela. Mas graças a Deus minha mãe foi ao meu casamento e nesse dia das mãe levei uma super cesta de gordisses para ela!

Essa sou eu no colo da minha mãe pouco tempo antes de ela me deixar na casa dos meus avós.

A primeira vez que peguei a Amanda no colo.

Ela é meu grude!

Já está uma moça!

Essa é minha tia Sueli, mãe da Amanda eu e o Bruno, o primogênito dos meus tios.

Esse é meu tio, pai da Amanda.

Esse abraçado comigo é meu pai, ao lado da minha irmã está minha boadrasta, e ao seu lado a minha rainha, minha avó, minha mãe, minha vida.

E esse é meu tesouro, meu avô, minha vida.



Olhem eu, minha mãe a Amanda e meu irmão no dia que levei meu convite de casamento depois de 12 anos sem vê-la.

Minha mãe no meu casamento.


Ah! Sabem a mulher que resolveu não dar o bebê para meus tios adotarem? Teve mais 2 filhos e entregou as crianças para a adoção, inclusive uma delas foi adotada por um casal de amigos da minha tia, e meus tios batizaram ela. Hoje ela tem 13 anos e está maior do que eu!

Desculpem por começar o post de um jeito e depois sair um pouco do foco, mas gostaria que vocês conhecem um pouco sobre a minha história e vissem que adoção é um caminho difícil mas recompensante. Deus faz com que anjos passem por cima de qualquer preconceito, qualquer dificuldade e tragam felicidade para o nosso lar. A historia da minha irmã é só uma no meio de tantas outras que tiveram finais felizes, você quer ter uma história feliz também? Saiba quais são as medidas necessárias para adotar:

Quem pode ser adotado

  • a) Crianças ou adolescentes com, no máximo, 18 anos de idade à data do pedido de adoção e independentemente da situação jurídica;
  • b) Pessoa maior de 18 anos que já estivesse sob a guarda ou tutela dos adotantes;
  • c) Maiores de 18 anos, nos termos do Código Civil.

Quem pode adotar

  • a) Homem ou mulher maior de idade, qualquer que seja o estado civil e desde que 16 anos mais velho do que o adotando;
  • b) Os cônjuges ou concubinos, em conjunto, desde que um deles seja maior de idade e comprovada a estabilidade familiar;
  • c) Os divorciados ou separados judicialmente, em conjunto, desde que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância da sociedade conjugal;
  • d) Tutor ou curador, desde que encerrada e quitada a administração dos bens do pupilo ou curatelado;
  • e) Requerente da adoção falecido no curso do processo, antes de prolatada a sentença e desde que tenha manifestado sua vontade em vida;
  • f) Família estrangeira residente ou domiciliada fora do Brasil;
  • g) Todas as pessoas que tiverem sua habilitação deferida, e inscritas no Cadastro de Adoção.

Não podem adotar

  • a) Avós ou irmãos do adotado;
  • b) Adotantes cuja diferença de idade seja inferior a 16 anos do adotando.
  • Procure o fórum mais próximo, é necessário levar RG e comprovante de residência. O interessado receberá então informações iniciais a respeito dos documentos necessários para dar continuidade ao processo.
  • Toda a documentação exigida deve ser apresentada. Veja a listagem abaixo:

    • Identidade
    • CPF
    • Requerimento conforme modelo
    • Estudo social elaborado por técnico do Juizado da Infância e da Juventude do local de residência dos pretendentes;
    • Certidão de antecedentes criminais
    • Certidão negativa de distribuição cível
    • Atestado de sanidade física e mental
    • Comprovante de residência
    • Comprovante de rendimentos
    • Certidão de casamento (ou declaração relativo ao período de união estável) ou nascimento (se solteiros)
    • Fotos dos requerentes (opcional)
    • Demais documentos que a autoridade judiciária entender pertinente

    Os documentos apresentados serão minuciosamente analisados para aprovação.


    Avaliação das motivações e expectativas dos requerentes à adoção.

    É uma das fases mais importantes e esperadas pelos interessados em adotar, que serão entrevistados por uma equipe técnica da Vara da Infância e da Juventude, composta por profissionais da área da psicologia e do serviço social. As entrevistas visam conhecer as motivações e expectativas dos candidatos à adoção. no imaginário parental. A partir disto, as entrevistas objetivam conciliar as características das crianças/adolescentes que se encontram aptas à adoção com asO objetivo é de avaliar, por meio de uma cuidadosa análise, se o pretendente à adoção pode vir a receber uma criança na condição de filho e qual lugar ele ocupa características das crianças pretendidas pelos adotantes, identificar possíveis dificuldades ao sucesso da adoção e fornecer orientações.

    Os interessados em adotar têm que participar de um curso preparatório de 10 horas.

    OBS.: Obrigatório para os requerentes.

    Efetuado após passar na entrevista e frequentar todo o curso.

    OBS.: Se o pretendente passar na entrevista e frequentar todo o curso, passa a integrar o cadastro de habilitados.

    Será feito um estudo para confrontar crianças com cadastros.

    Um estudo psicossocial será confrontado com o cadastro de crianças disponíveis à adoção. Importante: é muito mais fácil encontrar uma criança que se adapte ao perfil de um candidato que tenha poucas restrições quanto à criança/adolescente que se disponha a adotar.

    Após apreciação favorável, pode-se encontrar a criança.

    Depois de uma apreciação favorável da criança indicada pelos profissionais da Vara, o pretendente poderá encontrar-se com ela na própria Vara, no abrigo ou no hospital, conforme a decisão do juiz.

    O momento de construir novas relações.

    O tempo que transcorre até que a criança seja levada para o lar adotivo varia, respeitando-se as condições da criança. Recomenda-se uma aproximação gradativa, tendo em vista que a adoção é um processo mútuo, que exige tanto uma despedida dos vínculos amorosos estabelecidos até então seja – no abrigo, seja na família guardiã – quanto um tempo de construção de novas relações.

    A adotar é um dom, adotar é a oportunidade de distribuir amor com quem mais necessita. A família que adota recebe um presente tão lindo de Deus que faz toda a burocracia valer a pena, faz todas as dificuldades e obstáculos serem vencidos e todos os medos, dúvidas e preconceitos desaparecerem.

    Vocês sabiam que há no Brasil mais de 5 mil crianças aptas para a adoção esperando uma família e mais de 30 mil candidatos aptos para adotar? Mas porque esse número não bate? Por conta das preferências dos candidatos que preferem crianças menores de 5 anos, brancas e do sexo feminino. Infelizmente quem sofre são as crianças que não se encaixam nesse perfil, e ficam na esperança de um dia ter uma família pra chamar de sua. É triste saber que muitas crianças não vão ter a oportunidade de ter uma família por não se encaixarem no perfil. Então você que já é mamãe, já passou pela experiência da maternidade, mas quer ter outro filho, por que não pensar na possibilidade de adotar uma criança maior? Sabemos que a adaptação é mais difícil, mas o amor e o carinho que essas crianças tem a oferecer delas é maior que qualquer coisa! 

    Para quem quer arriscar, ou a principio não quer adotar mas deseja ajudar uma criança, mas não sabe por onde começar, existe um projeto denominado Padrinho nota 10 que possibilita a família e a criança a oportunidade de passar um tempo juntos, geralmente as festas de final de ano mas pode ser também em feriados, férias e finais de semana também. Os casais são chamados de "padrinhos" e precisam estar aptos para acolher essas crianças. Os interessados podem acessar o site Padrinho nota 10 e ver os requisitos necessários para aderir ao projeto. Clique aqui e conheça o projeto.

    Que tal nesse final de ano, cada uma de nós apadrinharmos uma criança? Claro que essa decisão deve ser um acordo do casal, e tem que ser realizado com muita responsabilidade, afinal a vida de uma criança e seus sentimentos estarão em jogo.

    E aí meninas, o que acharam?

    Não deixem de comentar!








6 comentários:

  1. MUITO LINDA SUA HISTORIA EU SONHO,EU TENHO PROBLEMAS PARA ENGRAVIDA JA SOU CASADA HÁ CINCO ANOS E SONHO MUITO EM ADOTA UMA CRIANÇA PARA ALEGRA AINDA MAIS MEU CASAMENTO E AGORA COM SUA HISTORIA AI SIM E QUE VOU QUERER ADOTA...

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  2. Crislene, muito obrigada pelo seu comentário!
    Faça isso mesmo! Existem muitas crianças precisando de um lar e de uma família. Quem dera se todas as famílias dessem um passo como esse!
    Não deixe de nos visitar sempre!

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  3. Que linda história.
    É o amor escancarado, desmedido, puro e livre de preconceitos!

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    1. É mesmo linda! Um amor que não dá para descrever!
      muito obrigada pelo seu comentário!
      Não deixe de nos visitar sempre!

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  4. Rachei de rir com madrasta pior que da cinderela kkkkkk! Mas falando de sua historia ela é linda e tem um final feliz( graças a Deus) e o mais bonito nela e vc ter superado tudo o que passou e perdoar sua mãe.

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    1. Com certeza! Como Cristã não poderia deixar de perdoar, até pq não tive muito o que perdoar, hoje sei que o que ela fez foi por amor, e com certeza foi o melhor pra mim, pois eu vivi em um lar super estruturado com pessoas que me amam e me fizeram ser quem eu sou hoje e se eu estivesse com ela sabe-se lá como eu estaria hoje!
      Eu percebi que eu só tenho a agradecer!
      Muito obrigada pelo seu comentário e não deixe de nos visitar sempre!

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